Toda educação é uma
mescla política, econômica, social e cultural. A educação, hoje, caracteriza-se
pela interação entre o sensível e a razão. Neste sentido a arte assume um papel
relevante. Ela é uma possibilidade de desenvolver a sensibilidade para criar
uma razão sensível. Neste projeto de estudo para o mestrado, o
ato fotográfico do prédio do Colégio Pasqualini- Novo Hamburgo, são as
inscrições que estão nas paredes. Resignificar o olhar, principalmente, do
aluno através das lentes da câmera fotográfica, perceber detalhes ainda não
vistos, valorizar o espaço da escola, relacionar aluno e escola, consciência do
espaço, respeitar a escola como espaço social, ampliar a questão de valores a
outros espaços, são objetivos que visam uma pesquisa que possibilite uma
prática não somente dentro da sala de aula. Então, essa construção estética de
uma sensibilidade, da relação da obra com o meio social e cultural, possibilita
outro olhar, outro prisma. A proposta inicial é desconstruir um olhar
massificado e resignificá-lo dentro de um contexto. Resignificar uma
consciência social, política do indivíduo e uma consciência de existência no
mundo.
No que diz respeito à produção de presença,
interessa captar o que nela, como sendo experiência estética, é capaz de
produzir uma manifestação, entendida como o termo que instaura um espaço de fluxo,
de êxtase, qualitativamente distinto deste sobre o qual se fundamenta o
conhecimento técnico e científico, racional; espaço real de experimentação das
coisas e do tempo; das coisas que se dobram sobre o tempo e do tempo que se
dobra sobre as coisas. Enfim, experiência que presentifica o mundo, que o
atualiza, que torna tangível inclusive o tempo – o presente, o passado e o
futuro. Tal possibilidade é ventilada, aqui, pelo uso da fotografia, isso
porque nela está intuída uma ação performática. Para Zumthor (2007, p.67), com
efeito, “a performance é ato de presença no mundo e em si mesma”, ato na qual o
mundo está presente. A problematização e a tentativa de circunscrever o mundo
pela imagem – de materializá-lo. Nessa experiência estética –, experiência de
mundo que abre o sujeito para o ser; que o coloca nos fluxos e refluxos do
corpo e do tempo; experiência que não é para ser somada, definida, mas
basicamente vivida, experimentada, de modo pleno e visceral.